Ilona Szabó

Ilona Szabo de Carvalho é especialista em segurança pública e política de drogas. Após uma breve carreira no mercado financeiro no final da década de 90, Ilona dedicou as quase duas décadas seguintes a fazer do Brasil – e do mundo – um lugar mais seguro para todos. Ilona começou sua cruzada perto de casa. Entre 2003 e 2005, coordenou uma das maiores campanhas de desarmamento da história, coletando mais de 500 mil armas de fogo em todo o Brasil. Com a nova lei de controle de armas de 2003, a iniciativa ajudou a salvar 135 mil vidas no Brasil desde então.

Ilona co-fundou em 2011 e é diretora-executiva do Instituto Igarapé, um think and do tank globalmente reconhecido por elaborar e propor políticas baseadas em evidências sobre segurança, justiça e desenvolvimento. O Instituto está na linha de frente de algumas das questões mais difíceis e controversas – regulação de armas de fogo, reforma da política de drogas, modernização da polícia, segurança cibernética – no Brasil e no mundo. Suas pesquisas, novas tecnologias e seus impactos são regularmente apresentados nas principais agências de notícias do mundo – da Folha e Globo à BBC, CNN e ao New York Times.

Entre 2011 e 2016, Ilona foi secretária-executiva da Comissão Global de Políticas de Drogas. Nesse período, assumiu a responsabilidade de viabilizar encontros,  debates e declarações capazes de espalhar novas ideias e boas práticas adotadas em mais de 30 países para mudar o rumo da política de drogas. Ilona trabalhou em estreita colaboração com os membros da Comissão – incluindo ex -presidentes, intelectuais públicos, líderes empresariais e mundiais como Cesar Gaviria, Ernesto Zedillo, Fernando Henrique Cardoso, Louise Arbour, Ruth Dreifuss, Richard Branson e o ex-Secretário Geral da ONU, Kofi Annan.

Por suas mãos, passaram ainda como rascunhos os documentos considerados referências sobre o que funciona com eficácia para lidar com o tema. Esses documentos serviram de embasamento e inspiração tanto para a bem-sucedida experiência de regulação da cannabis no Uruguai como para o Acordo de Paz na Colômbia. Entre 2008 e 2010 Ilona foi também secretária-executiva da Comissão Latinoamericana sobre Drogas e Democracia.

Ilona tem o compromisso de defender e apoiar políticas públicas que funcionam. Para ela isto requer coragem para falar e agir e exige um diálogo aberto e informado entre múltiplos setores da sociedade. Nos últimos anos  sua voz chegou a lideranças globais e a uma ampla audiência, graças aos seus artigos de opinião e entrevistas, e à sua participação em dezenas de fóruns internacionais, do TEDGlobal e Davos até encontros em alguns dos bairros mais violentos do mundo.

Ilona participou do documentário Quebrando o Tabu, como pesquisadora e co-roteirista. No Brasil, ajudou a criar redes de novas lideranças como a Rede Pense Livre e o movimento Agora! E foi nomeada Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial em 2015.

Drogas: as histórias que não te contaram (Zahar), seu primeiro livro, oferece aos leitores a oportunidade de explorar as vidas e as lutas das pessoas envolvidas na controvertida lógica de guerra às drogas. A narrativa semificcional se inspira nas experiências pessoais de Ilona e reflete seu esforço para democratizar um assunto em torno do qual ainda pairam medo e desinformação. Ilona possui mestrado em Estudos de Conflito e Paz pela Universidade de Uppsala, na Suécia, é especialista em Desenvolvimento Internacional pela Universidade de Oslo e bacharel em Relações Internacionais.

Ilona é mãe de Yasmim Zoe, nascida em 2014, e é casada com Robert Muggah, pesquisador respeitado internacionalmente por seu trabalho sobre segurança e cidades, diretor de pesquisas do Igarapé e seu principal parceiro na jornada pessoal e profissional. Ilona trabalha quase todos os dias da semana e  pratica yoga. Sua rotina inclui viagens no Brasil e pelo mundo com o intuito de aprender e estabelecer parcerias, garantir o sucesso dos antigos projetos, abrir novas frentes e plantar esperança, para transformar o mundo de Yasmim e de todas as crianças num lugar melhor.

Close

Isabel Clemente

Escritora e jornalista com vinte anos de experiência nos principais veículos de comunicação do país, Isabel foi editora da revista Época, onde trabalhou por quase 12 anos entre Rio e Brasília. Denunciou e desvendou negócios escusos que a burocracia queria esconder. De repórter a correspondente internacional, traduziu em textos o que estatísticas gritavam sem ninguém escutar. Explicou também emoções.

Cobriu as eleições da primeira presidente mulher do país, de um ex-bispo no Paraguai e a ascensão de um índio ao governo boliviano. Investigou os bastidores do poder e de movimentos sociais no país.

Iniciou a carreira no Jornal do Brasil e especializou-se na cobertura de Energia, tema que a levou a ser conferencista em congresso na Florida University e colaboradora de uma publicação britânica especializada no tema (Deepwater International). Ganhou prêmios.

Selecionada para a vaga de correspondente da Folha de São Paulo em Londres, entre 1998 e 1999, acompanhou o nascimento de uma nova moeda, o euro, a prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet e a crise financeira mundial daquela temporada. Começou a entender então o drama dos refugiados. Por causa da Guerra de Kosovo _ conflito sangrento no qual tropas internacionais só interviriam em 1999_, jovens albaneses chegavam ao Reino Unido diariamente em busca de proteção.

Participou como convidada de cursos e seminários no Leste Europeu e na América Latina. Estabeleceu relações sólidas com colegas e fonte. Violência, educação e emprego nunca saíram do seu radar.

Depois de se tornar mãe, em 2005, Isabel percebeu que ali estava a mais desafiante das investigações, a experiência que mudou sua visão sobre si mesma e o mundo. Em paralelo às reportagens e edições, escreveu sobre família e infância durante seis anos para o site da revista Época. Os textos, publicados todos os domingos, se popularizaram e inspiraram, em 2014, o lançamento do livro A pior mãe do mundo: uma biografia não autorizada de todos nós, uma coletânea bem-humorada de crônicas sobre o cotidiano de um casal com crianças pequenas.  Uma de suas entrevistas mais compartilhadas alcançou mais de 217 mil shares e tratava de criação de filhos com um escritor argentino. Em 2015, foi palestrante do TED-x Goiânia falando de maternidade para mais de 500 pessoas.

Isabel continua escrevendo e pesquisando linguagem falada e escrita para criar e fortalecer projetos pedagógicos e de suporte para campanhas sobre política de drogas e outros desafios urbanos, porque ainda não inventaram ferramenta mais eficaz de transformação social do que a palavra.

Isabel é formada em Jornalismo pela PUC-Rio.

Close